quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Banco de jardim


Sr fulano de tal...

Tardes de sol que arrefecem a alma e isolam um corpo, só, sem alegria, num banco do Jardim da Praça da República. Sentado de costas para o sol, uma sombra e um antigo caminho. Os meus olhos seguem, um caminho imaginário de onde antes colocava os meus pés, neste jardim quando andava ali, no Quartel General. Sentado e só...no meio de uma cidade povoada de gente, Sta Catarina da desaguar ali, a 3 minutos a pé, e eu ali...apenas a ver passados e caminhos imaginários. Resumi-me a traçar cenários imaginários e caminhar, voar, nadar e mergulhar neles. o que era antes uma praça de sol quente, uma especie de hall para a cidade, parece hoje um espaço soalheiro de recolha para gente só e triste e com um local próprio para o caezinhos irem cagar. Para mendigos e homens vazios que assustam...e hoje, um daqueles bancos de jardim que esperam a companhia de um homem só, suportou não só o meu peso, mas o peso do que trazia na trouxa que não espalhei no chão, no meio das demais pessoas sós.
Senti-me hoje um vazio...tremendo. Um ninguém diante daquele edificio em que tive tantos amigos. Hoje a praça está vazia, o Quartel sem vida...e eu.
Levantei-me, segui coordenadas e vagueei no trânsito de um Porto quase em hora de ponto e cheio de caras estranhas e que se mantiveram estranhas. Acendi o cigarro artesanal e meti-me á estrada...já não sei andar nos caminhos felizes da cidade e da praça onde um dia, não procurei um dqueles bancos para me sentar.
Virei o jogo ao contrário, respirei fundo...enchi os pulmões de ar ao subir os aliados numa tentativa vã de ver um rosto conhecido e arranquei. Peito cheio e de coração cheio. Pelo menos respirei um pouco das cinzas do passado. E convenci-me de facto que pessoas que buscam bancos de jardim, são pessoas que não encontram, por entre transeuntes, carros, buzinas, semaforos eu sei lá...toda a parafernália que um centro de cidade pode ter, uma face de sorriso aberto ao sol para dar.
Hoje preciso de um abraço mesmo amigo...há um sentimento de perda e nem sei de quê, de medo e não sei do quê e de fuga sem saber porquê...mas é assim hoje, o rapazito que sou, se define enquanto o sol me acena um adeus, um até amanhã.

2 comentários:

Anónimo disse...

Joca


meu amigo, não gosto nada de saber que te sentes assim!
Sei que por vezes só descansamos quando voltamos aos “sítios” do nosso passado, mas … se te faz mal, porque voltas lá?
Parece-me que o que tu sentes é solidão amigo e é ela que te trás essa angústia ao peito! Reconheço-a em ti, porque eu mesma já a senti tantas, tantas vezes…

Tens que dar um chuto nesses pensamentos negativos, e pensar só em coisas boas, porque elas existem Joca, nós e que nem sempre as vemos e teimamos em seguir sempre pelo mesmo caminho, muitas vezes por comodismo e quando assim é somos os principais culpados daquilo que sentimos. Temos que ser nós a procurar cá dentro, a alegria de viver… a procurar alternativas! Percebes?

Arranja uma flor e rega-a, rega-a todos os dias, não a deixes murchar. Vai fazer-te bem a alma!

Lembras-te do sorriso que trazes escondido no teu ovo? Ele está lá, tens que o procurar e coloca-lo no teu rosto, um assim… grande, brilhante, luminoso.

Com estas minhas palavras queria poder dar-te aquele abraço que tanto precisas agora. Espero sinceramente que o sintas, porque é de coração.

Beijo com carinho

Ana

Anónimo disse...

Armindo,

posso não estar mto presente;
posso não dar notícias à mais de ano;
posso ter esquecido o teu aniversário (e por conseguinte o da Alice)mas, há outras coisas que não se esqueçem.É por esse mesmo motivo que te venho ler sempre que assim o desejo; claro que prefiro ler palavras que transpiram alegria, diversão, amizade mas, tb sei que nem todos os dias brilham e, por vezes tornam-se demasiado escuros e frios.Todos temos esse lado e temos de saber conviver com essa nossa maneira de estar.

Bem, deixo um xi-coração para o ciclista e um bjinho de grinaldas sonoras para ti.

Até breve.