sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Parabens sandalita


Sr fulano de tal...

Parabens Sandalita...não me esqueci de ti nem deste dia :)
Esejas onde estiveres...Parabens.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Banco de jardim


Sr fulano de tal...

Tardes de sol que arrefecem a alma e isolam um corpo, só, sem alegria, num banco do Jardim da Praça da República. Sentado de costas para o sol, uma sombra e um antigo caminho. Os meus olhos seguem, um caminho imaginário de onde antes colocava os meus pés, neste jardim quando andava ali, no Quartel General. Sentado e só...no meio de uma cidade povoada de gente, Sta Catarina da desaguar ali, a 3 minutos a pé, e eu ali...apenas a ver passados e caminhos imaginários. Resumi-me a traçar cenários imaginários e caminhar, voar, nadar e mergulhar neles. o que era antes uma praça de sol quente, uma especie de hall para a cidade, parece hoje um espaço soalheiro de recolha para gente só e triste e com um local próprio para o caezinhos irem cagar. Para mendigos e homens vazios que assustam...e hoje, um daqueles bancos de jardim que esperam a companhia de um homem só, suportou não só o meu peso, mas o peso do que trazia na trouxa que não espalhei no chão, no meio das demais pessoas sós.
Senti-me hoje um vazio...tremendo. Um ninguém diante daquele edificio em que tive tantos amigos. Hoje a praça está vazia, o Quartel sem vida...e eu.
Levantei-me, segui coordenadas e vagueei no trânsito de um Porto quase em hora de ponto e cheio de caras estranhas e que se mantiveram estranhas. Acendi o cigarro artesanal e meti-me á estrada...já não sei andar nos caminhos felizes da cidade e da praça onde um dia, não procurei um dqueles bancos para me sentar.
Virei o jogo ao contrário, respirei fundo...enchi os pulmões de ar ao subir os aliados numa tentativa vã de ver um rosto conhecido e arranquei. Peito cheio e de coração cheio. Pelo menos respirei um pouco das cinzas do passado. E convenci-me de facto que pessoas que buscam bancos de jardim, são pessoas que não encontram, por entre transeuntes, carros, buzinas, semaforos eu sei lá...toda a parafernália que um centro de cidade pode ter, uma face de sorriso aberto ao sol para dar.
Hoje preciso de um abraço mesmo amigo...há um sentimento de perda e nem sei de quê, de medo e não sei do quê e de fuga sem saber porquê...mas é assim hoje, o rapazito que sou, se define enquanto o sol me acena um adeus, um até amanhã.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O meu ovo de chocolate

Estes são os amigos que acamparam comigo em Vila Flor, chamo-lhe "a corja", tudo pessoal da banda.


Sr fulano de tal...

Se lhe dissesse que geralmente se tira férias para descansar, não estaria a dizer nada que lhe fosse surpreender de nenhuma forma. Mas não seria novo se lhe dissesse que ando cansado, não de férias, mas das férias...Mal durmo, não quero perder cada nascer do sol, ás vezes deito-me só depois de ver a lua cruzar o largo de ponta a ponta é que então adormeço. Cansado talvez porque no fundo parecem-me vazias. Ocas talvez...mas com alguns momentos cheios, como se fosse um daqueles ovos de chocolate que são ocos, mas lá dentro andam aos tombos peças de algo que geralmente é positivo para os putos...ou não. Vou abrir o ovo a ver que coisas saiem de boas.

Vila flôr. É daqueles sítios que fazem parte da minha vida e o melhor é que nem sei explicar porquê. Sei que começei por ir sozinho, um dia, sem destino. Não sonhava ainda em conduzir camiões, talvez ainda não tivesse ido para Angola. Creio que foi em 95...Ainda era eu militar em regime de voluntariado. Tive férias e fui sozinho. Meti tenda e bicicleta na mala, cobertor, a viola e um mapa e fui... Fui conhecer um Portugal que não conhecia senão do que dava pela tv e por aguns sitios por onde passei quando fui para Lisboa, para a tropa. Nesses dias de Agosto, abri o mapa e vi Caminha...achei simpática a ideia de ir acampar para Caminha e lá fui eu. Duas tardes e uma noite, foi o que aguentei lá. O parque era numa zona arenosa, rodeado de tendas lá encontrei espaço para montar a minha (hoje ainda é a mesma) canadiana. A água do mar estava fria, parecia gelada e voltei para a tenda...era a minha 1ª viagem a descobrir mundo. Nessa noite o vento arrancou as endas todas do chão...eu andei atrás da minha dentro de uma daquelas tendas grandes, de uns bacanos estrangeiros. Ninguém dormiu nessa noite...só de manhã, ao nascer do sol consegui montar de novo a tenda, mas com menos de metade das espias...Dormi um pouco. Acordei ao meio dia com uma mordidela de um moscardo que me inchou o pescoço...Lá fui eu para uma farmácia mesmo no centro de Caminha, 3 minutos para lá chegar, explicar o que me aconteceu e trazer uma bisnaga de fenistil...quando cheguei já estavam dois militares da GNR a passar-me o respectivo talãozinho. Cheguei a tempo de lhes explicar e mostrar que era mesmo uma urgência e lá me deixaram seguir com o aviso de não voltar a estacionar na praça do táxi. Arrumei a tenda e decidi abandonar o Minho...a agonia era muita, mais que em Viana do Castelo e a sua Sra. Lembro de olhar para Mirandela e ver no mapa uma localidade de nome sugestivo: Vila Flôr. E lá fui eu, de costas voltadas ao pôr-do-sol, á água fria e ao moscardo.

E ao longo dos anos fui indo e levando amigos para lá, malta da banda, e agora é quase um hábito ir até lá e levrar instrumentos.

Tive um encontro, ou melhor, um convivio com umas das companhias de Infantaria que intregrei em Timor. Foi muito bom poder rever as pessoas em quem foi um privilégio confiar. Passados oito anos parecem todos iguais, ligeiramente carecas, ligeiramente mais gordos e muito mais pais. A alegria de ver pessoas que pensei nunca mais encontrar na vida...sim, porque a tropa é isso mesmo, a malta passa, há um ou tro que fica na nossa história e um dia vai-se embora e a vida continua. O tempo lá vai levando o sentimento breve da ausência de alguém a quem estavamos habituados a ter por perto, como camarada ou amigo. Mas um dia quando os encontro, deixo no araço toda a alegria qe possa sentir de ver aqueles gajos que não conhecia de nenhum lado mas eram quem me podia valer. Um bom dia para a alma.
O 1º convivio da 1ª Cat...poucos mas bons. Sou o que está ai, de viola...


Tive horas felizes, já apanhei duas bebedeiras muito fixes com os meus amigos, uma em Vila Flôr e outra na minha terra numa noite em que eram sete da manhã e eu esperava o dia com uma garrafa de whysky na mão e outra de cola. É mesmo muito feliz, podem crer.

Faltam mais uns dias, e haverá no ovo espaço para mais coisas boas qe me vão ser positivas. Um ovo assim, gigante, mas que rebente sempre de tão cheio, é o que vou esperar destes dias que ainda vou ver o sol nascer, sentado no telhado, de cigarro na mão. Também adoro deitar-me no telhado á noite, sem a luz dos postes que transbordam de luz curiosa por saber quem sob eles namora a lua. Ali é que eu tou bem...se quiser ver as estrelas e quem nelas vive. Por vezes parece que sinto que elas me olham como se fossem essoas que lá vivem e que já foram arrancadas dos nossos dias, das nossas horas. Talvez estas estrelinhas sejam coisas boas pequeninas polvilhadas do ovo. Ando cansado e não me apetece descansar. São férias para poder ser o que sou. Um gajo que não é bom em nada e se safa em quase tudo. Até se calhar na forma de abrir o ovo. Odeio os momentos vazios assim como os momentos cheios de nada. Valha-me ao menos o meu FCP que já vai dando umas alegrias, assim como o vosso SLB e no caso de outros o SCP. E o Cerveira também...

sábado, 13 de agosto de 2011

Artesanato casual


sr fulano de tal...

Mando este telegrama, apenas para lhe dizer que as férias estão a correr bem. Faltava-me de facto não ter horas para nada.
Durante estes dias voltei a Vila Flôr, esse ponto de encontro comigo mesmo e com o que sou e com os meus amigos. Este ano jurei que me ia controlar e não apanhar nenhuma moca de vinho...mas descuidei-me nas caipirinhas e ainda trago o sabor da vontade de lá voltar para beber apenas mais uma caipirinha.
Tenho aprofundado o gosto de contemplar a beleza de algumas peças de artesanato Português e hoje, caricatamente, lembrei-me de escrever algo sobre o meu País. Escolhi falar de artesanato...

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Arroba.cão


Sr fulano de tal...

Ás vezes saio daqui do teclado do computador mais gelado que o mais profundo banco de gelo glaciar. Sinto que não há sitio para estar, como se fora peça de um puzzle imensamente gigante que aguarda ver ao longe um lugar onde estar sem que seja o monstro e o susto, homemneolitico da cabine, com meia duzia de rótulos que nos tatuam de mitos...
Não me conforta constatar que apenas vou sendo mais um endereço de uma maquina que escreve, que uma pessoa.
Acho que dei de caras com a minha primeira noite de melancolia, da qual falava no último post...como que se o nosso mundo se despovoasse e não houvesse lugar algum onde gostassemos de estar, senão em frente ao computador e ser um mero endereço electrónico.
Há noites assim e eu tenho-as.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Mete-me um barraco em cima...vai chover


Sr fulano de tal...
Antes de mais deixe-me dizer-lhe que se me dá chuva na minha primeira noite de férias, eu retribuo com seca. Mas contudo, e após este pequeno aparte (quem não quiser seca, é melhor ir curtir a chuva) dirijo-me a si.
Saiba o senhor que durante uns dias por certo não virei cá trazer-lhe novas teorias geradas e criadas ao volante da minha Xaleca. Poderei eventualmente vir e abordar algum assunto resultante da melancolia que muitos dos homens temporariamente sós acabam por sentir nas férias. Eu apesar de tudo procuro ser uma pessoa normal, completamente normal, com familia, amigos e umas cadelitas para cuidar. Intemporávemente só.
Conheço homens que não tiram férias. Sentem-se estranhos perante os filhos que cresceram sob a ausência do pai e apenas ás mãos das respectivas mães, homens que não sabem estar mais que dois dias em casa porque se sentem estranhos. E é quando quando as malas se abram, a dis, que ouço dessas histórias. Pais que não fazem a minima ideia do que o filho faz, as palavras que ele já aprendeu a dizer : papá, mamã, porto e Pinto da Costa. Eu não...posso chegar ao 10º dia de férias e sentir uma certa melancolia por constatar que não vou conseguir fazer nas férias as coisas que durante onze meses arquitecto no meu caco craneano, sob a quase certeza absoluta que o conseguiria fazer. Mas no fundo, para muita boa gente, um motorista não passa do outro lado do negócio das putas e de gajos que cheiram mal, arrotam e coçam o cú com o dedo mindinho. E este conceito vai-se sentindo e eu perco a coragem de levar a cabo muitas das coisas que gostava de fazer porque senti na pele a vergonha que pessoas antes minhas amigas sentem por ter escolhido uma profissão quem tem carimbado a negro muitos mitos que no fundo não correspondem á verdade.
Eu quero férias, eu não vou de férias, eu prefiro ficar de férias até para organizar muita coisa que a minha vida normal não permite que tenha tempo ou disponibilidade de as levar a bom porto. Ficar em casa ver o sol nascer no largo, passear a pé pelos campos com as minhas cadelitas, encontrar todos os dias a minha familia, amigos do meu núcleo forte e poder também entregar-me a eles, são ambições de férias. Meter-me no meu carro e sair sem destino para qualquer recondita vila ou aldeia de Portugal, ir com o pessoal da banda acampar para Vila Flôr, beber uns copos em S.Mamede de Ribatua, ir ao Artur a Torre de Moncorvo fazer contas a uma posta á Mirandesa. Quero sentar-me junto ao meu avô e poder estar com ele sem lhe dar a sucessiva preocupação que lhe causam as viagens e as partidas. Não quero saber de partidas, apenas de chegadas, estar com pessoas que realmente se sintam bem por eu estar ali, ficar pela madrugada com amigos a tocar viola nas esplanadas e a cantar. É um sonho poder sonhar com cada madrugada iniciada com amigos numa esplanada seja a conversar ou a cantar para as pedras que fazem as casas do meu lugar. Pedras douradas de sol e lavadas de chuva. Provável que tambem acabe por servir de baby-sitter da minha sobrinha que para azar do meu irmão, havia de seguir as pisadas de um tio maluco que sou, nascendo na manhã de 24 de julho como eu, sendo leâo como eu e do ano do tigre como eu. E como eu gosto daquela menina com carinha de meu irmão quando era puto, menina de sorriso fácil e indefeso.
Mau prenúncio é a chuva que me abraça nestas manhãs primeiras de Agosto...oxalá que ao recolher do camião no parque, S.Pedro me recompense pelas procissões feitas em sua honra...mas, dass...chuva a começar o mês de Agosto? Por alma de quem? Não...assim não. Férias de cinzento e guarda-chuva, não. Além disso os meus pobres sapatos estão rotos e andar com um lagar portátil ao fim da pata, não, muito obrigado, Senhor S. Pedro. Sempre que como galinha ou frango assado, lembro que o mesmo, já depois de estar a ser mastigado, pode cantar (só espero não estar a comer o pescoço do galo cantor)** e inevitavelmente lembro o Senhor, senhor S.Pedro. Também me lembro quando vejo as indefesas do um tal de Roberto...chamam-lhe frangueiro e lá vem o pensamento...e lá me lembro do galo e do Senhor. Dai-me sol...deixai-me apresentar bronzeado no inferno, que gajos como eu nem no céu acordam para ir á missa ao domingo de manhã. Se fôr ao sábado á tarde é coisa que até não tá mal...é onde se pode observar parte da densidade populacional aqui da freguesia. Dai-me sol S.Pedro porque tenho andado a trabalhar, exposto á moderada temperatura como a foto documenta
Posso ser multado por um policia chegar aqui ao blog e disser: alto lá, oh escrivão...tás a transgedir e de maneira. que é essa coisa de tirar a foto ao manómetro da temperatura do habitáculo so sr chauffer enquanto sobe a a25 na zona da Guarda, hein?)



como que um estágio para mostrar o osso aí ao fiambre e o Senhor, dá-me chuva no dia em que fico de férias? E a Samarra, vou precisar dela? Diga-me...
E já a madrugada já me abraça enquanto vos escrevo e estou na montra, como não sou patrocinado por nenhuma marca de cerveja bebo uma mini sagres, fresquinha, e depois uma mini super bock, fresquissima ... e embalo-me naquela montra que namora os coretos e o lago e esplanadas desertas sacudidas por um sopro morno de vento que me leva o fumo do cigarro. Cheguei há pouco...tenho atrás de mim a alma da xaleca nas imensas coisas que nela comigo trago. Os despojos de meses de trabalho...atrás de mim, atrás, passado. Á frente...a montra e a árvore que dançá, o lago e a sombra, o corto e a luz. Há vento, morno, e eu registo a prece, aqui, que desejo a mim mesmo, dias de sol, para mim...dias de sol. Do nascer ao morrer...mas só um pouco de sol, como adeus para um amanhã que há-de vir...que convêm, contudo, me apanhe bronzeado.









** Por falar neste tema, lembrai-me um dia de vos contar como é que em Ataúro, ilha ao largo de Dili, a malta sobreviveu do que conseguia por ter comido tudo em pastuscadas silenciosas, a contar com o ovo no cú da galinha com a cena do " ai e tal amanhã vem o helicóptero e traz mantimentos...mas o gajo do heli deve ter pensado: -olha-me estes marmanjos...que rica vida. E nunca mais voltou. Lembrem-me de vos dizer como é que um galo phodeu (sou dos ph...acordo ortgráfico não) 5 gajos armados :)