quarta-feira, 8 de junho de 2011

Recado a uma estrela


fulana de tal...

Senta-te aqui, vamos lá falar com calma, está bem? Conta-me o que sabes de mim...vá lá, diz-me coisas do meu passado, fala-me de coisas que me traumatizaram, marcaram, condenaram...vá lá, fala do que sabes de mim. Pois é...não sabes nada de mim. sabes as coisas vagas da vida, que gosto de futebol e de conduzir sem destino, pena que o preço dos combustíveis não permita meter gasóleo no carro e ir até á Roménia abraçar a metade da minha carne que em Bucareste se agita em saudade. Sabes que gosto de bandas e que adoro tocar viola e cantar para os amigos. Que gostavas de saber realmente de mim? Porque não me escreves um bilhete e mo pões na mão fechado, para que eu faça de minha mão um cofre migratório e o abra apenas em minha casa, no meu cantinho e o leia de forma a dar-te de mim o que precisas de saber?
De que cor é a tua letra? Como a escreves? Nunca a vi...Há uns quantos homens sábios que atravês da letra dizem conhecer a especie de pessoa ou o caracter da pessoa...e eu, não sendo sábio, nem o desenho da tua letra conheço. Não te conheço o arrastar dos pés pelo caminho que te traria até mim.
Acreditamos nas estrelas porque as vemos daqui...mesmo estando tão longe vemo-las. Mas a ti não te vejo, talvez existas só mesmo num espaço cósmico meu e que no fundo até saibas da minha existência, mas é só isso mesmo. Saber que existe.

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