quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Este sorriso que me faz falta...

sr fulano de tal...

Ano novo...a estrada de sempre. Eis que tudo volta ao cromatismo diário dos dias frios e cinzentos sem sorrisos e sem o alor de um amigo ou amiga. Voltamos á estrada e voltámos a ser peças de um relógio sediado e Viseu.

Dia 31 de Dezembro...a azafama de sempre, jantar, a expectativa de uma noite fantástica cujo sabor esperamos sentir até ao fim do novo ano. Bailes, festas, fogos de artificio, putos eufóricos agarrados a uma garrafa de champanhe a apanhar a sua primeira de muitas bebedeiras que os dias lhes trarão. O telemovel não pára, as mensagens passam baixo e intensas e esbarram mais de cem no meu telemovel...muitas repetidas mas em suma todas elas me desejam um bom ano e o voto renovado de uma amizade a cultivar cada vez mais.

As mesas do café vão ficando vazias...o pessoal vai saindo para os loais onde o ano será recebido...eu recolho a casa. Faltam 5 minutos para a meia-noite. Estou triste mas ao mesmo tempo em paz...triste por não fazer parte da vida de algumas pessoas que tinha por amigas e que a ausência e distância que este trabalho provoca foi afastando...triste por ser igual a um zero também. Pego numa garrafa de champanhe, sbo ao quarto do homem que quase mal respira já na sua cama e acordo-o com um beijinho e com a mão fria na sa testa. Acendo a luz ténue para não ferir a visão e entrego-me aquele momento: é este o sabor que quero manter até ao novo renovar de ano, estar junto do meu avô. Da janela aberta para a noite se escapa já a rolha da garrafa numa explosão forte, um pouquinho nos seus lábios e um copo para mim...dão as doze badaladas e há musica e foguetes, há festa semeada nessa noite fria que sobe Tâmega acima. Brindo ao meu avô e vejo-o cerrar os olhos pouco depois...deixou-me, ali, de garrafa em mão a olhar para ele numa alegria como quem não quer que esse momento termine. Saí em lagrimas contidas do quarto...

Ano novo, vida nova, diz o povo...mas só para alguns...para a grande maioria a vida volta ao mesmo, fica é a ilusão de um sorriso que se escapou entretanto pela vaga do fundo enquanto me chamam de louco e doente...

1 comentário:

Anónimo disse...

LINDO, SENTIDO , PROFUNDO
ENGRAÇADO COMO ME CONSEGUES SEMPRE SUPREENDER