quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Improvicio...


Sr fulano de tal...

Há dias como hoje...dias que de alegres se fazem tristes por um estranho sentimento de perda que não gostei de sentir. Dias que do sol se faz cinza, que o intenso fumo dos incêndios que lavram nos parecem o cheiro de algo que ardeu e se apagou. Dias que começam ensolarados e se perdem no seu infinito...
Derrotado e sem querer falar com ninguém nem ter necessidade de o fazer...sinto-me apenas derrotado e é uma derrota apenas...que se foda, enquanto as houver é sinal de que ainda cá ando, não para derrotas, mas para os desafios. Um homem só está erante um desafio quando não sente que está acabado. Purgarei eu mesmo neste canto a derrota e o sombra desse sentimento de perda. Tento pensar que amanhã há-de ser melhor e concerteza há-de...nunca acordei uma vez que fosse mal disposto ou a purgar tristezas ou mágoas...não é disso que eu vivo, embora se houvesse mercado de purgas eu mesmo teria uma pequena banca. Mas efectivamente amanhã será melhor e é com esse espirito que venho aqui escrever...amanhã será melhor.
Coisas positivas do dia: acordei na cama onde nasci, é nela que durmo e seria nela que gostaria de morrer. De manhã tinha a heidi, a minha doce cadelita, a lamber-me o ombro. Pude dar o meu beijo de bom dia na testita do meu avô, enquanto ele dormia ainda a sua madrugada. Entrar no café e ser recebido com um sorriso enquanto o sol vai rompendo a noite com a sua luz. E estou em Portugal, estou no meu cantinho, estou na minha Pátria. É sempre bom quando nos identificámos com tudo. Quando nos sentimos parte desse tudo imenso.
Coisas negativas...seria querer dar ás coisas negativas o protagonsmo que não quero que elas tenham na minha vida, no meu dia. Deixo-me ficar pela tentação de vos descrever as coisas negativas do dia numas miseras palavras mas tão expressivas: este estranho sentimento de perda. Que desãnimo, caralho, quando paro aqui neste parágrafo de apenas o defino em tao poucas palavras. Nem sei que escrever...acho que vou se calhar falar de mais, mas esta cena do blog é isso mesmo, uma parede contra a qual se mija e se larga carga a mais ao mundo.
Rédeas...imaginem a vida como especie de carroça na qual vos estão a ser confiadas as rédeas. Sinto que vou perdendo as rédeas da minha carroça...não estou a saber gerir a minha vida como pensei que ía poder gerir. Hoje dei por mim a pensar que começo a ter de pensar retirar-me das bandas de música...não porque cansei, mas sim porque sinto que não me posso comprometer. As bandas de música. Até isto me sabe a perda e nada defini, mas é concerteza o que vou ponderar nas próximas viagens.
Cresci junto aos coretos...da esplanada da casa do meu avô ouvia as bandas tocarem aqui nos coretos, a 10 metros da montra com vista para o lago e para os coretos. Um dia lá fiz a vontade ao meu avô: ir para a escola da banda aprender música e gostei daquilo e desenvolvi uma relação forte com aquilo e pronto...a banda. Oxalá eu seja capaz de conseguir para o ano lembrar este ano e tirar as férias no periodo em que haja mais serviço.
Gosto do que faço, gosto da minha profissão, está a ser uma cena fantástica ver a europa desenrolar-se aqui, dem diante dos meus olhos. Mas além de um motorista há um homem, um gajo que vive também para o trabalho mas também que é um homem normal mas que está quase sempre ausente, fruto dos "ossos do oficio" que o seu desempenho profissional implica. Perda..perda de ver a minha sobrinha crescer, serviços da banda, pessoas das quais se perde o fio. Não poder combinar uma saida com amigos numa cena planeada, não poder confirmar presença em casamentos, não poder planear nada e então usar o improviso e aguardar que alguém amigo apareça no café. Viver de improviso...é isso mesmo.Viver de improviso.
Oxalá esta onda qe hoje me assola amanhã passe. Oxalá amanhã seja um dia cheio...e um dia cheio é apenas um dia em que enchemos o nosso coração, tal como um balão de saudades, o sorriso num rosto amigo, um mini e uma conversa de improviso, uma saída qualquer tomar um café com alguém que goste de tomr café com amigos. Oxalá não seja rompido como o balão de hoje...que não se lhe atravesse e rebente, o alfinete pontiagudo do vazio e da deserção dos dias. E quando o balão rebenta...tudo se inunda num estranho sentimento de perda. Uma perda de improviso.

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